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A tecnologia digital revolucionou a criação de valor. Atualmente, os "ativos intangíveis", incluindo dados digitais, constituem uma parcela significativa do valor econômico e são a fonte de novos grupos de risco.
Há mais por vir
A digitalização também está permitindo eficiências operacionais significativas. Mesmo assim, e de forma semelhante ao paradoxo da produtividade que afligiu a economia global nos últimos 20 anos, o impacto transformador total da tecnologia digital no setor de seguros continua pendente. Nosso novo Índice de Digitalização de Seguros confirma essa situação, indicando que em nenhum país as seguradoras esgotaram o potencial econômico da tecnologia digital. Há mais por vir.
O índice sugere que os mercados avançados, com infraestrutura física relativamente forte e onde mais pessoas têm acesso à Internet, foram os que mais progrediram na digitalização dos seus setores de seguros. Os mercados emergentes são os que têm maior potencial de recuperação e, nos últimos 10 anos, eles têm feito isso rapidamente. Notavelmente, esse sigma encontra uma correlação de tal forma que as economias que são mais digitais são normalmente mais resistentes à outras exposições, como catástrofes naturais.
Classificações médias do Índice de Digitalização de Seguros ao longo do tempo, mercados avançados e emergentes [em inglês]
Para a sociedade, a digitalização é uma força que permite que mais pessoas tenham acesso a seguros e, assim, reduzam as lacunas de proteção. Para as seguradoras, os ganhos de uma melhor subscrição, mitigação e medição de riscos decorrentes da digitalização do seguro melhoram a qualidade e a eficiência de seu trabalho.
Intangíveis e novos grupos de risco
A digitalização reformulou fundamentalmente o setor corporativo. Como as empresas passaram da produção de bens físicos para o fornecimento de informações e serviços, a composição de seus balanços também mudou. Os chamados ativos intangíveis representam uma grande oportunidade de crescimento para o setor de seguros. O valor global dos intangíveis das empresas listadas quintuplicou nos últimos 20 anos, e cerca de 80% desse valor não é segurado.
Riscos intangíveis [em inglês]
A expansão contínua dos ecossistemas digitais apresenta oportunidades de interrupção de negócios e de pool de riscos cibernéticos. Por exemplo, estimamos que o mercado global de seguros cibernéticos tenha crescido 60% nos últimos dois anos e prevemos um aumento de mais de 50% nos próximos cinco anos.
Tornando o negócio de seguros mais eficiente
A digitalização também torna os processos de seguro mais eficientes. Por exemplo, os dados digitais possibilitam uma subscrição mais holística com base em dados mais granulares derivados de diferentes fontes (por exemplo, dispositivos vestíveis). Isso está possibilitando eficiências operacionais significativas, como uma redução de 3 a 8 pontos percentuais nas taxas de perda que esse sigma considera que as seguradoras estão almejando nos processos de subscrição. O relatório também afirma que a tecnologia digital poderia gerar economias de 10 a 20% em outras áreas/processos da cadeia de valor.
Potencial de economia com recursos digitais aprimorados [em inglês]
Mitigação de riscos
As novas tecnologias também podem ser usadas para melhorar os processos de mitigação de riscos. O aumento do uso de dados e da análise de dados, em especial das tecnologias de sensores e da conexão em rede de fábricas, edifícios, máquinas e outros objetos físicos, pode reduzir a frequência e a gravidade dos acidentes, por exemplo, com aplicativos domésticos inteligentes e a adoção de sensores em fábricas e equipamentos. Um desafio, no entanto, é que a falta de explicabilidade que vem com o uso da inteligência artificial em inovações como os Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista pode gerar desafios para a atribuição de responsabilidade.
Digitalização para mitigar riscos [em inglês]
Uma jogada de longo prazo
A transformação digital continua no topo da agenda do setor. O foco inicial do investimento foi nos canais de distribuição digital, mas desde então a atenção se voltou para outras partes da cadeia de valor do seguro, inclusive nos processos de precificação e subscrição.
Dito tudo isso, a transformação adicional do setor por meio da digitalização será uma jogada de longo prazo. Para começar, em nível macro, a digitalização exige a construção e a operação de vários ativos de infraestrutura. E para as próprias seguradoras, a implementação bem-sucedida da tecnologia digital depende da disponibilidade de dados, dos requisitos de interpretabilidade e da complexidade do sistema. Para isso, as seguradoras precisarão fazer a reengenharia dos processos de fluxo de trabalho e, principalmente, investir em engenharia de dados.
Investimentos na cadeia de valor do setor de seguros [em inglês]